2 de julho de 2010

A chuva corria


Corria como se precisasse encontrar os rios. E precisava. E tinham sorte por nascerem um para o outro. Tinham sorte por todo esse amor. Concomitantemente escorriam lágrimas sagradas por minha face. Lágrimas que insistiam encontrar-me a boca, como se acostumadas a sempre encontrar a tua. Erradas estavam, nada poderia dar-lhes de conselho como fazias. Sem palavras, era esse o meu mundo. Eu sabia que nada viria me salvar, mas vivia cada dia esperando. Um dia sem ti era um dia mais perto de tocar-te novamente. Cenas, frases soltas ecoavam em minha mente. Mas as memórias chegavam a mim em palavras não ditas. E repentinamente eu pude ver tão claro que esse amor não é o mais bonito. Não é o mais amigo, não é o mais antigo, mas com certeza o mais duradouro. Enquanto houver vida, ele será o maior que existe. A chuva já parara, o destino estava se formando. Agora como um só, chuva e rio seguiariam seu caminho. E agora como um só, eu e o que preservara de ti, nós, seguiriamos o nosso. Isso jamais vai acabar. 

Encontrei este texto ao procurar se não havia nenhum rascunho e admito que fiquei espantada ao ler ele. O estado em que eu estava era deprimente. E me sinto realmente aliviada ao saber que não havia publicado isso antes e que agora, estou melhor. Mas enfim, só para não deixar esse excluidinho por aí, esta aí.

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